O médico, que saiu algemado ficará detido a partir de agora, sem possibilidade de fiança, até 29 de novembro, quando deverá ouvir se sua sentença será cumprida realmente em regime fechado ou se sairá sob fiança. De acordo com a imprensa norte-americana, no entanto, Murray não deverá ficar mais de quatro anos atrás das grades.
O juiz afirmou que embora a defesa acusasse Michael Jackson de já ser viciado em remédios para dormir antes da contratação de Murray, ele ainda é culpado por ter permitido que o cantor tivesse acesso a grandes quantidades de Propofol, substância que o matou em 25 de junho de 2009, e também por ter aceitado um salário de US$ 150 mil mensais para satisfazer as vontades do paciente sem levar em conta sua ética médica.
Depoimentos
Em audiência preliminar realizada mo mês de janeiro, Murray se declarou inocente. Testemunharam o coreógrafo
Kenny Ortega, diretor da turnê "This is It", e o funcionário da AEG, empresa responsável pelas apresentações do rei do pop,
Paul Gongaware, que contratou Murray.
Gongaware depôs no primeiro e no segundo dia de julgamento, e revelou que o médico pediu 5 milhões de dólares para acompanhar a turnê, valor considerado ‘ridículo’ tanto para ele quanto para a promotoria , especialmente quando a relação determinada pela ética era de médico-paciente e não empregador-empregado.
A segunda pessoa a depor foi
Kathy Jorrie, advogada responsável por redigir o contrato do médico com Michael Jackson. Ela disse que questionou Murray quando ele pediu um desfribilador, aparelho que ressuscita batimentos cardíacos, questionando se a saúde do astro estava boa. O médico respondeu que apenas gostaria de garantir que nada acontecesse com Michael durante os espetáculos. Além disso , ele também solicitou uma enfermeira para acompanhar o cantor quando ele não estivesse por perto. Jorrie disse que conversou com Dr. Conrad no dia 24 de junho, um dia antes da morte, e que o médico garantiu que a saúde de Michael estava perfeita
Michael Amir Williams, assistente pessoal de Michael, foi a terceira pessoa a depor. Ele afirmou que no dia 24 de junho o cantor estava com aparência ótima quando conversaram após um ensaio para a turnê. No dia da morte, Amir recebeu uma mensagem de voz em seu celular de Murray. Nela, o médico parecia em pânico. “ Me ligue imediatamente”, disse. Quando retornou a ligação, Conrad pediu para que ele fosse para a casa de Michael pois ele havia tido uma reação estranha por conta de um medicamento que tinha tomado .
O assistente relata que, ao chegar ao local, viu Michael Jackson morto e Conrad muito nervoso. Amir diz que, quando retornou a ligação do médico, Murray não pediu em nenhum momento que ele entrasse em contato com o serviço de emergência.
A quarta testemunha foi o chefe de segurança de Michael,
Faheem Muhammad. Ele disse que no dia 25 de junho recebeu uma ligação de Amir, pedindo que ele corresse imediatamente à casa do cantor por conta de um problema relacionado à medicação que ele estava tomando. Quando Muhammad chegou à mansão, encontrou Michael deitado no chão do quarto e Conrad tentando ressucitá-lo usando o desfribilador.
Os filhos de Michael, Paris e Prince, também estavam no local muito abalados. Segundo ele, Paris chorava e Prince parecia chocado com a situação. Faheem disse que, ao seu ver, o cantor parecia estar morto, pois estava com os "olhos abertos e a boca entreaberta", mesmo antes da chegada dos paramédicos. Quando percebeu a situação, o segurança retirou os filhos de Michael do local e acionou a babá .
No terceiro dia de julgamento, foi a vez de
Alberto Alvarez, ex-segurança particular de Michael Jackson, depor para a Corte de Los Angeles, sobre o dia da morte do músico. Foi Alberto quem ligou para a emergência no dia 25 de junho de 2009.
Segundo Alberto, o médico Conrad Murray teria pedido para ele remover os frascos de propofol do quarto antes que a ambulância chegasse.
Kai Chase, cozinheira particular de Michael, disse que no dia da morte do popstar estava preparando o almoço quando o médico desceu as escadas correndo e pediu ajuda a ela. Dr. Conrad teria pedido para ela encontrar Prince Michael, filho mais velho do cantor, e levá-lo até o quarto, mas que em momento algum ele lhe ordenou que chamasse a emergência.
Ele gritou 'chame Prince, chame ajuda, chame a segurança", contou. Logo depois, Kai foi atrás do menino e disse que Dr. Conrad precisava dele. "Corra, pode haver algo errado com seu pai", disse.
Assim que os paramédicos chegaram, a cozinheira disse que fez um círculo com os filhos de Michael e começou a rezar. Quando o corpo do cantor deixou a casa, um segurança pediu para que ela fosse embora.
O paramédico
Richard Senneff agitou o quarto dia de julgamento ao afirmar que "poderia ter salvado a vida do cantor, se o Dr. Conrad Murray tivesse ligado para o 911 (resgate) mais cedo", segundo o site "TMZ".
Sennef também afirmou que o médico só acionou o resgate 20 minutos após encontrar Michael no chão, e não mencionou nada sobre o analgésico Propofol enquanto "tentavam desesperadamente reanimar o coração do cantor". "Ele já estava morto quando chegamos na cena do crime. Murray suava e gritava: 'Ele precisa de ajuda! Pode ajudá-lo, por favor?'. Tentamos reanimá-lo por 47 minutos, sem sucesso."
Versões contraditórias
Em 7 de outubro, Murray viu sua situação se complicar ao serem apresentadas duas versões sobre o que ele estaria fazendo quando o cantor parou de respirar. Na fita gravada por detetives de Los Angeles, o médico disse que saiu do quarto por apenas 2 minutos para ir ao banheiro. Quando ele voltou, Michael não estava mais respirando e ele começou a fazer os primeiros socorros.
Mas sua namorada,
Sade Anding, disse em depoimento que estava ao telefone com Conrad quando de repente ele largou a ligação e começou a fazer o atendimento de emergência.