O cardiologista havia sido declarado culpado pelo júri no começo deste mês por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) de Jackson, depois de julgamento de seis semanas que apresentou detalhado relato das horas finais do cantor. A pena máxima era de quatro anos. Ele pode apelar da decisão.
Para o juiz, Michael morreu "por causa das ações e falhas de Conrad Murray". Segundo ele, houve "negligência criminal" no caso. "Ele inquestionavelmente violou a confiança de seu paciente. Ele deixou a vida pessoal interferir no tratamento. Ele o abandonou", afirmou o juiz. Em 25 de junho de 2009, Murray administrou o anestésico propofol. Após se ausentar do quarto de Jackson, ele o encontrou aparentemente sem vida. O rei do pop tinha 50 anos.
No início da sessão, a defesa de Murray solicitou que a leitura da sentença não fosse transmitida ao vivo e não tivesse cobertura da imprensa, para manter a privacidade do médico. O pedido foi negado pelo juiz, que citou a participação de Murray em documentário sobre Jackson como um dos motivos para a recusa.
O Ministério Público queria que o juiz se decidisse pela pena máxima. Seriam quatro anos provavelmente cortados pela metade, devido à superlotação da cadeia.
Os advogados de acusação voltaram a enumerar seus principais argumentos e repetiram: "ele deveria ter se preocupado mais com seu paciente, em vez das ligações pessoais para sua namorada". Os advogados de defesa pediam liberdade condicional para o cardiologista, dizendo que já era prevista a perda da licença para praticar medicina.
Conrad foi condenado à quatro anos de prisão
Brian Panish, representante da família, leu um comunicado antes da divulgação da sentença. "Não há nada que vocês possam fazer que traga o Michael de volta", disse o porta-voz dos Jackson. Katherine, mãe do cantor, e vários irmãos compareceram ao julgamento. Eles choraram após a leitura do veredicto de Murray no tribunal.
Após a morte de Jackson, Murray disse aos detetives que ele estava dando doses noturnas do anestésico propofol ao cantor para ajudá-lo a dormir, enquanto se preparava para uma série de shows. Propofol é indicado para ser utilizado em hospitais e nunca foi aprovado para tratamentos de sono, mas Murray reconheceu ter dado a Jackson.
Ele se recusou a depor durante o julgamento, mas participou de documentário em que disse que não se considerava culpado de qualquer crime. Ele culpou Jackson por fazê-lo administrar as doses de propofol. Seus advogados alegaram em todo o caso que Jackson foi quem tomou por conta própria a dose fatal, quando Murray não estava ao lado dele. O médico estava cheio de dívidas quando concordou em servir como médico pessoal de Jackson, recebendo US$ 150 mil por mês. Ele teve o popstar como paciente por dois meses.
Murray não demonstrou emoção quando foi condenado. "O réu tem demonstrado total falta de remorsos por causar da morte de Michael Jackson", escreveram os promotores. "Ainda pior do que deixar de aceitar até mesmo o menor nível de responsabilidade, ele colocou a culpa em todo mundo, incluindo a pessoa que não está mais aqui para se defender, Michael Jackson."
Sete homens e cinco mulheres que compuseram o corpo de jurados foram reunidos para decidir se o médico de 58 anos era ou não responsável legal pela morte de Michael Jackson, causada por intoxicação aguda de propofol. O cardiologista era médico pessoal do cantor, a quem administrava sedativos, entre eles o anestésico propofol, para combater insônia.
Entenda o julgamento
O processo deveria ter começado em 9 de maio, mas foi adiado a pedido dos advogados da defesa, que desejavam poder preparar o contra-interrogatório de testemunhas citadas pela acusação. O julgamento começou em 27 de setembro, com o juiz Michael Pastor como o encarregado do caso. Uma de suas primeiras decisões foi a de não permitir que o júri visse as últimas filmagens dos ensaios finais do cantor para evitar "influências externas"
O processo deveria ter começado em 9 de maio, mas foi adiado a pedido dos advogados da defesa, que desejavam poder preparar o contra-interrogatório de testemunhas citadas pela acusação. O julgamento começou em 27 de setembro, com o juiz Michael Pastor como o encarregado do caso. Uma de suas primeiras decisões foi a de não permitir que o júri visse as últimas filmagens dos ensaios finais do cantor para evitar "influências externas"
Os advogados de defesa apostaram em 34 cartas de parentes, amigos e ex-pacientes que decrevem Murray de forma mais suave. "Não há dúvida de que a morte de seu paciente, o Sr. Jackson, não foi intencional. Foi uma enorme tragédia para todos", disse a defesa do médico. "Dr. Murray tem sido descrito como isso o mudou. Ele é um homem agoniado, que anda sob um manto de tristeza desde a perda de seu paciente, o Sr. Jackson."
A defesa do cardiologista sustentava a tese de suicídio, alegando que o cantor estava desesperado por suas várias dívidas e que injetou em si próprio uma dose extra sem o conhecimento de seu médico. Murray admitiu ter dado a Jackson propofol e duas injeções de dois miligramas cada de lorazepam para ajudá-lo a dormir. Mas a autópsia detectou no corpo de Jackson níveis mais altos do anestésico.
O doutor Paul White, testemunha da defesa, afirmou que Jackson podia ter engolido oito outros comprimidos do anestésico lorazepam durante longa noite insone, elevando o nível da droga em seu sangue ao nível constatado na autópsia. O especialista em anestesiologia Steven Shafer acusou Murray de agir como empregado de Jackson, não como um médico. "A relação médico-paciente consiste em que o médico ponha o paciente em primeiro lugar. Isso não significa que faça o que o paciente pede, e sim o que for adequado", criticou. As informações são do G1.
Fonte: O Correio