A cantora de pop Janet Jackson diz que seu irmão Michael Jackson costumava zombar dela quando criança sobre seu traseiro, enquanto seus outros irmãos a chamavam de "cavalo", "porco" e "vaca".
Em uma entrevista à correspondente da NBC Meredith Vieira, realizada durante a turnê promocional de seu livro de memórias, Jackson disse que o abuso verbal a tornou insegura sobre sua aparência.
"Eu literalmente batia minha cabeça contra a parede porque não me sentia atraente", disse ela. "Houve muita dor na minha vida... Eu realmente não me sentia atraente."
Ela costumava rir das provocações, e disse que os comentários de Michael sobre seu traseiro provavelmente eram carinhosos. Mas ao invés de confrontá-lo sobre suas palavras, ela simplesmente internalizava o sofrimento.
Jackson, de 44 anos, relata seu trauma de infância no livro "True You: A Journey to Finding and Loving Yourself", que será publicado no dia 15 de fevereiro.
Assim como seus irmãos, Jackson era agredida pelo pai, que a obrigou a chamá-lo pelo seu primeiro nome, Joseph. Mas ela lembra de ser espancada com um cinto apenas uma vez.
"Eu sei que meu pai me ama", disse ela. "Ele só tem um jeito muito, muito diferente de mostrar isso."
Michael Jackson, quase oito anos mais velho que Janet, lembrou certa vez, às lágrimas, que seu pai "o arrebentava" com o cinto ou outra coisa conveniente, e o "jogava contra a parede".
Sobre seu irmão, que ela viu pela última vez cerca de seis semanas antes de ele morrer em 2009, ela disse que embarcou em um processo de luto muito tempo depois do resto da família.
"Eu não sei se estava tentando esconder o sofrimento, ou apenas tentando me segurar, porque vi todos ao meu redor desmoronando. E, nunca -- nunca tomando o tempo para realmente estar de luto. Nem mesmo na missa (em julho de 2009)."
Mas ela realmente se permitiu assistir aos vídeos do irmão e escutar sua música durante uma noite inteira, em Paris.
"E, houve um momento quando eu... eu comecei a chorar, e momentos que me fizeram rir. E, isso foi bom para mim. Eu precisava disso", disse ela. (Reportagem de Dean Goodman)
Fonte : Estadão
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